O Espaço Conviver e Aprender tem como objetivo auxiliar e mediar os sujeitos para uma aprendizagem significativa. O trabalho nesse espaço é evidenciado por profissionais que visam compreender os sentimentos que advém da auto-estima, essa por sua vez, deve ser entendida primeiramente com o próprio indivíduo e depois por seus pares.
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
terça-feira, 17 de fevereiro de 2015
12 estratégias para ter mais inteligência emocional
12 estratégias para ter mais inteligência emocional
São Paulo - Não sabe por que ficou tão chateado depois da última conversa com o seu chefe? Ficou perplexo com o mau humor do seu colega durante o almoço? Talvez a sua rotina seja marcada por menos “mistérios” se você desenvolver sua inteligência emocional.
Mas, se você fica confuso com os altos e baixos emocionais do seu ambiente de trabalho, não se preocupe: você não está sozinho.
Segundo João Marcelo Furlan, diretor executivo da Enora Leaders, a deficiência na interpretação e na gestão de sentimentos é epidêmica.
Apenas 36% das pessoas conseguem identificar suas próprias emoções, segundo um estudo feito por Travis Bradberry e Jean Greaves, autores do livro “Emotional Intelligence 2.0” (Inteligência emocional 2.0), da TalentSmart.
Feita com mais de 500 mil pessoas ao longo de uma década, a pesquisa demonstra que essa competência, além de rara, é muito valiosa. O chamado QE, ou quoeficiente emocional, está ligado a 58% do sucesso profissional em qualquer carreira.
A boa notícia, segundo Furlan, é que esse tipo de inteligência pode ser treinado. “É possível trabalhá-la em quatro eixos: autopercepção, percepção social, autogestão e gestão de relacionamentos”, afirma.
Com a ajuda de Furlan, EXAME.com listou algumas estratégias para se desenvolver em cada um desses âmbitos:
Autopercepção
1. Identifique os “gatilhos” das suas emoções. Se você tem alguma reação a um evento, pare e procure descobrir por que você está se sentindo tão nervoso ou tão aliviado, por exemplo.
2. Visite os seus valores. Saber o que é importante para você contribui para o seu autoconhecimento e ajuda a prever as suas próprias reações.
3. Procure feedback dos outros. Saber o que as pessoas pensam das suas atitudes - e estar aberto a essas opiniões - ajuda a conhecer melhor o seu próprio modo de ser.
Autogestão
4. Conte até dez. Para “esfriar o sistema” e elevar o nível das suas respostas, a dica é esperar um tempo antes de agir. Atrasar a sua reação emocional pode evitar desgastes desnecessários causados por uma “explosão”.
5. "Durma sobre o problema". Deixar uma decisão difícil para o dia seguinte, após uma noite de sono restauradora, pode arejar as ideias e garantir um comportamento mais tranquilo.
6. Saiba que as mudanças estão “na esquina”. A consciência de que os vínculos e os conflitos são passageiros aumenta a sua resiliência. Você aguenta melhor o impacto dos problemas se sabe que eles vão ter fim.
Percepção social
7. Chame as pessoas pelo nome. O hábito desarma e faz o outro “baixar a guarda”. Com esse vínculo criado, você terá um acesso mais fácil às emoções alheias.
8. Limpe a mente de distrações ao interagir socialmente. Esqueça o resto das suas preocupações e fixe a sua atenção na outra pessoa. Isso porque é impossível perceber as emoções do outro se você não é capaz de ouvi-lo.
9. Observe as pessoas. Quando você não estiver participando de uma cena, assista a ela. Estudar o modo como os outros falam, riem e interagem pode dar dicas valiosíssimas sobre como se relacionar com eles.
Gestão de relacionamentos
10. Seja curioso a respeito dos outros. Se você demonstra interesse em conhecer uma pessoa, cresce exponencialmente a sua capacidade de influenciá-la no ambiente de trabalho.
11. Explique as suas decisões, não apenas tome-as. Comunicar frequentemente os motivos das suas atitudes contribui para que os outros compreendam você e se tornem seus aliados.
12. Use expressões para a correção de conflitos. Pedir desculpas nunca é demais. Outra dica é trazer para si o motivo da briga no discurso. É melhor dizer uma frase como “eu fiz algo que afetou você” do que “você fez algo que me afetou”. Se o outro entende que você não o culpa pelo problema, aumentam as chances de reconciliação.
sábado, 14 de fevereiro de 2015
Plasticidade cerebral O cérebro se modifica em contato com o meio durante toda a vida
O cérebro se modifica em contato com o meio durante toda a vida
A interferência do ambiente no sistema nervoso causa mudanças anatômicas e funcionais no cérebro. Assim, a quantidade de neurônios e as conexões entre eles (sinapses) mudam dependendo das experiências pelas quais se passa. Antes, acreditava-se que as sinapses formadas na infância permaneciam imutáveis pelo resto da vida, mas há indícios de que não é assim. Nos anos 1980, um estudo pioneiro do neurocientista norte-americano Michael Merzenich, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, demonstrou que o cérebro de macacos adultos se modificava depois da amputação de um dos dedos da mão. A perda do membro provocava atrofia dos neurônios da região responsável pelo controle motor do dedo amputado. Porém ele observou também que essa área acabava sendo ocupada pelos neurônios responsáveis pelo movimento do dedo ao lado.
A influência do meio, para Vygotsky
"A cognição se constitui pelas experiências sociais, e a importância do ambiente nesse enfoque é fundamental. À medida que aprende, a criança - e seu cérebro - se desenvolve. A ideia é oposta à da maturação, de acordo com a qual se deve aguardar que ela atinja uma prontidão para poder ensiná-la."
- Claudia Lopes da Silva
A influência do meio, para Wallon
"A relação complementar e recíproca entre os fatores orgânicos e socioculturais está presente em todas as análises de Wallon. Para ele, a criança nasce com um equipamento biológico, mas vai se constituir no meio social, que tanto pode favorecer seu desenvolvimento como tolhê-lo."
- Laurinda Ramalho de Almeida
A influência do meio, para Piaget
"Para o estímulo provocar certa resposta, é necessário que o indivíduo e seu organismo sejam capazes de fornecê-la. Por isso, não basta ter um meio provocativo se a pessoa não participar dele ou, como complementaria o teórico, se ela for incapaz de se sensibilizar com os estímulos oferecidos e reagir a eles. A aprendizagem, portanto, não é a mesma para todos, e também difere de acordo com os níveis de desenvolvimento de cada um, pois há domínios exigidos para que seja possível construir determinados conhecimentos."
- Lino de Macedo
Implicações na Educação
O aluno deve ser ativo em suas aprendizagens, mas cabe ao professor propor, orientar e oferecer condições para que ele exerça suas potencialidades. Para isso, deve conhecê-lo bem, assim como o contexto em que vive e a relação dele com a natureza do tema a ser aprendido.
Neurociência: como ela ajuda a entender a aprendizagem Conclusões da área sobre como o cérebro aprende trazem à tona questões tratadas por grandes teóricos da Psicologia, como Piaget, Vygotsky, Wallon e Ausubel. Saiba como elas podem enriquecer as discussões sobre o ensino Fernanda
A emoção interfere no processo de retenção de informação. É preciso motivação para aprender. A atenção é fundamental na aprendizagem. O cérebro se modifica em contato com o meio durante toda a vida. A formação da memória é mais efetiva quando a nova informação é associada a um conhecimento prévio. Para você, essas afirmações podem não ser inovadoras, seja por causa da sua experiência em sala, seja por ter estudado Jean Piaget (1896-1980), Lev Vygotsky (1896- 1934), Henri Wallon (1879-1962) e David Ausubel (1918-2008), a maioria da área da Psicologia cognitiva. A novidade é que as conclusões são fruto de investigações neurológicas recentes sobre o funcionamento cerebral.
"O que hoje a Neurociência defende sobre o processo de aprendizagem se assemelha ao que os teóricos mostravam por diferentes caminhos", diz a psicóloga Tania Beatriz Iwaszko Marques, da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), estudiosa de Piaget. O avanço das metodologias de pesquisa e da tecnologia permitiu que novos estudos se tornassem possíveis. "Até o século passado, apenas se intuía como o cérebro funcionava. Ganhamos precisão", diz Lino de Macedo, do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), também piagetiano. Mas é preciso refletir antes de levar as ideias neurocientíficas para a sala.
A Neurociência e a Psicologia Cognitiva se ocupam de entender a aprendizagem, mas têm diferentes focos. A primeira faz isso por meio de experimentos comportamentais e do uso de aparelhos como os de ressonância magnética e de tomografia, que permitem observar as alterações no cérebro durante o seu funcionamento. "A Psicologia, sem desconsiderar o papel do cérebro, foca os significados, se pautando em evidências indiretas para explicar como os indivíduos percebem, interpretam e utilizam o conhecimento adquirido", explica Evelyse dos Santos Lemos, pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, e especialista em aprendizagem significativa, campo de estudo de Ausubel.
As duas áreas permitem entender de forma abrangente o desenvolvimento da criança. "Ela é um ser em que esses fatores são indissociáveis. Por isso, não pode ser vista por um único viés", diz Claudia Lopes da Silva, psicóloga escolar da Secretaria de Educação de São Bernardo do Campo e estudiosa de Vygotsky.
Sabemos, por exemplo, com base em evidências neurocientíficas, que há uma correlação entre um ambiente rico e o aumento das sinapses (conexões entre as células cerebrais). Mas quem define o que é um meio estimulante para cada tipo de aprendizado? Quais devem ser as intervenções para intensificar o efeito do meio? Como o aluno irá reagir? "A Neurociência não fornece estratégias de ensino. Isso é trabalho da Pedagogia, por meio das didáticas", diz Hamilton Haddad, do Departamento de Fisiologia do Instituto de Biociências da USP. Como, então, o professor pode enriquecer o processo de ensino e aprendizagem usando as contribuições da Neurociência?
Para o educador português António Nóvoa, reitor da Universidade de Lisboa, responder à questão é o grande desafio do século 21. "A estrutura educacional de hoje foi criada no fim do século 19. É preciso fazer um esforço para trazer ao campo pedagógico as inovações e conclusões mais importantes dos últimos 20 anos na área da ciência e da sociedade", diz.
Ao professor, cabe se alimentar das informações que surgem, buscando fontes seguras, e não acreditar em fórmulas para a sala de aula criadas sem embasamento científico. "A Neurociência mostra que o desenvolvimento do cérebro decorre da integração entre o corpo e o meio social. O educador precisa potencializar essa interação por parte das crianças", afirma Laurinda Ramalho de Almeida, professora do Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), e especialista em Wallon.
Para tornar mais claro o diálogo entre Neurociência, Psicologia e Pedagogia, NOVA ESCOLA mostra cinco conclusões neurocientíficas ligadas à aprendizagem. Confira, nos comentários dos especialistas, o que grandes teóricos dizem a respeito desses temas e reflita sobre a relação deles com sua prática em sala.
- 1Toda a atenção a Neurociência
- 2Emoção e a retenção de informações
- 3Motivação e a aprendizagem
- 4Atenção e percepção
- 5Plasticidade cerebral
- 6Memória