sábado, 11 de outubro de 2014

Modelo de plano de aula 2•ano

Conteúdo

 

• Unidade 11

Texto: Cinderela

Pontuação, dois-pontos e travessão.

Estudo do s e ss entre vogais

Leitura de texto não verbal- A princesa e o sapo.

Produção de texto

 

• Unidade 12

Fera em estratégia

Palavras com h, chlh ou nh.

Leitura do texto cientifico: As belugas.

Texto informativo sobre o Jaguar e águia.

O uso da vírgula na enumeração

 

• Unidade 13

Texto: O sufoco do bicho papão.

Adjetivo

Palavras com r ou l.

Descrição e produção de texto.

 

Objetivos

 

• Observar e analisar elementos de capa de livro.
• Aprender a consultar sumários de livros.
• Investigar a sequência lógica dos fatos em um conto.
• Observar a presença de parágrafos e travessão paramarcar a fala dos personagens, o uso do h na formação de palavras.
• Localizar informações especifica em subtítulos.
• Ler e escrever legendas.
• Identificar situações de uso de parágrafos, de letras maiúsculas e minúsculas, da vírgula em uma enumeração, em itens de uma lista etc.
• Trabalhar aspectos descritivos da produção textual.
• Perceber a importância da escolha das palavras na produção textual.
• Observar que o texto verbal e as imagens se complementam na atribuição de sentidos á história em quadrinhos.
• Desenvolver a caracterização e a construção de personagem.

 

Estratégias 

 

Na unidade 11 iniciarei com a leitura compartilhada do texto Cinderela, utilizando a estratégia de leitura com identificação dos fatores chavesdiscutiremos o entendimento do texto através de roda de conversa com o objetivo de realizarmos um levantamento dos conhecimentos sobre sumários de livro e para que possamos trocar experiências a respeito, após iremos realizar as atividades propostas de interpretação do livro. Em seguida leitura sobre o escritor dos contos infantis como Cinderela, Chapeuzinho, O gato de Botas, O Pequeno Polegar, que foram contados por Charles Perrault.

Trabalharemos conceitos gramaticais propostos na unidade e atividades complementares para trabalhar o s e ss entre vogais; cruzadinhas, completar frases e ligar palavras.

Sinais de pontuação; correspondências entre os símbolos, frases para ler e escrever os nomes dos sinais usados em cada uma delas.

Produção de texto através da leitura não verbal do conto A princesa e o sapo criarão as falas para os personagens, através do gênero de texto balões, aproveitando a oportunidade para chamar a atenção dos alunos para o uso da pontuação.

 

Na unidade 12 Antes de iniciar a leitura chamarei atenção dos alunos para o tema do texto e trabalharei seus conhecimentos prévios, auxiliando na compreensão e confirmando suas hipóteses, após faremos a leitura do artigo da revista pedindo para que respondam oralmente. O que sugerem sobre o louva-a-deus, utilizando a estratégia de leitura com identificação dos fatores chavesdiscutiremos o entendimento do texto através de roda de conversa com o objetivo de realizarmos um levantamento dos conhecimentos e para que possamos trocar experiências a respeito, após iremos realizar as atividades propostas de interpretação do livro. Em seguida leitura sobre diversos tipos de animais, após atividade em dupla, onde um aluno ficará responsável pela pesquisa e outro ajudará na produção de texto informativo sobre a definição do animal que irão escolher. O objetivo é de aproximar os alunos dos procedimentos envolvidos no momento da leitura e escrita de textos informativos, após faremos uma lista com o nome dos animais que serão pesquisados para que não se repita.

Trabalharemos conceitos gramaticais propostos na unidade e atividades complementares para trabalhar palavras começadas com h e palavras com chlh ou nh entre vogais; cruzadinhas, completar frases e ligar palavras, pesquisa em jornais para colarem no livro e leitura de tirinhas.

Organização de parágrafos em textos informativos, uso da vírgula na enumeração.

 

Na unidade 13 Antes de iniciar a leitura observaremos a ilustração e faremos a leitura silenciosa do titulo e do começo da história O sufoco do bicho papão. Após essa atividade, roda de conversa para ver o que os alunos entenderam desse parágrafo, Em seguida continuarei a leitura oral e estimulando a antecipação das ideias sobre o conteúdo do texto, assim essa antecipação começa a fazer sentido, permitindo que elaborem algumas representações sobre o teor da história. Por fim, solicitarei á turma que acompanhe, no livro, a leitura oral da continuação da história. Após iremos realizar as atividades propostas de interpretação do livro. Trabalharemos conceitos gramaticais propostos na unidade Adjetivos através da leitura de um trecho do conto Tem monstro no meu jardim. Leitura da tirinha da turma da Mônica para trabalhar palavras com r ou lAtividades complementares cruzadinhas, completar frases e ligar palavras.

Produção de texto em grupo os alunos irão imaginar um monstro, desenhá-lo e produzir um pequeno texto para descrevê-lo. O ilustrador pode contribuir com a construção de uma imagem assustadora, como no conto Tem monstro no meu jardim, ou ter a intenção de apresentar ima imagem que leve o leitor a atribuir outro sentido ao texto, como no caso da ilustração do conto O sufoco do bicho papão. O objetivo desta atividade é ampliar o trabalho de caracterização e construção de personagem e evidenciar esses aspectos a fim de que os alunos se apropriem desses cursos para utilizá-los em suas produções textuais.

 

 

Livro paradidático: realizarei a leitura compartilhada,utilizando a estratégia de leitura com identificação dos fatores chavesdiscutiremos sobre fatos, personagens, situações mais significativas da historia e explorando melhor a narrativa, por

Revisão: No final da unidade 7, realizarei revisão de todas as unidades aplicadas no bimestre.

 

Reforço

Será realizado diariamente para os alunos com dificuldade na leitura e escrita. Recursos utilizados: alfabeto móvel e atividades complementares como: cruzadinhas, completar ligar palavras, sinais de pontuação; correspondências entre os símbolos, frases para ler e escrever os nomes dos sinais usados em cada uma delas e produção de texto.

 

 

Avaliações

 

Trabalho em grupo e em dupla produção de texto, conforme solicita do no livro)

Solicitação de pesquisa em jornais ou revistas em sala.

Observação diária para acompanhar o desenvolvimento dos alunos. 

Participação na aula e realização de atividades. 

Avaliação bimestral e mensal.

 

Bibliografias

 

Manual do Educador- Maria Eduarda Noronha e Maria Luíza Soares.

A linha mágica

A Linha Mágica

(Lenda Francesa)

 

Era uma vez uma viúva que tinha um filho chamado Pedro. O menino era forte e são, mas não gostava de ir à escola e passava o tempo todo sonhando acordado.

– Pedro, com o que você está sonhando à uma hora destas? – perguntava-lhe a professora.

– Estava pensando no que serei quando crescer – respondia ele.

– Seja paciente. Há muito tempo para pensar nisso. Depois de crescido, nem tudo é divertimento, sabe? – dizia ela.

Mas Pedro tinha dificuldades para apreciar qualquer coisa que estivesse fazendo no momento, e ansiava sempre pela próxima. No inverno, ansiava pelo retorno do verão; e no verão, sonhava com passeios de esqui e trenó, e com as fogueiras acesas durante o inverno. Na escola, ansiava pelo fim do dia, quando poderia voltar para casa; e nas noites de domingo, suspirava dizendo: “Ah, se as férias chegassem logo!” O que mais o entretinha era brincar com a amiga Lise. Era companheira tão boa quanto qualquer menino, e a ansiedade de Pedro não a afetava, ela não se ofendia. “Quando crescer, vou casar-me com ela”, dizia Pedro consigo mesmo.

Costumava perder-se em caminhadas pela floresta, sonhando com o futuro. Às vezes, deitava-se ao sol sobre o chão macio, com as mãos postas sob a cabeça, e ficava olhando o céu através das copas altas das árvores. Uma tarde quente, quando estava quase caindo de sono, ouviu alguém chamando por ele. Abriu os olhos e sentou-se. Viu uma mulher idosa em pé à sua frente. Ela trazia na mão uma bola prateada, da qual pendia uma linha de seda dourada.

– Olha o que tenho aqui, Pedro – disse ela, oferecendo-lhe o objeto.

– O que é isso? – perguntou, curioso, tocando a fina linha dourada.

– É a linha da sua vida – retrucou a mulher. – Não toque nela e o tempo passará normalmente. Mas se desejar que o tempo ande mais rápido, basta dar um leve puxão na linha e uma hora passará como se fosse um segundo. Mas devo avisá-lo: uma vez que a linha tenha sido puxada, não poderá ser colocada de volta dentro da bola. Ela desaparecerá como uma nuvem de fumaça. A bola é sua. Mas se aceitar meu presente, não conte para ninguém; senão, morrerá no mesmo dia. Agora diga, quer ficar com ela?

Pedro tomou-lhe das mãos o presente, satisfeito. Era exatamente o que queria. Examinou-a. era leve e sólida, feita de uma peça só. Havia apenas um furo de onde saía a linha brilhante. O menino colocou-a no bolso e foi correndo para casa. Lá chegando, depois de certificar-ser da ausência da mãe, examinou-a outra vez. A linha parecia sair lentamente de dentro da bola, tão devagar que era difícil perceber o movimento a olho nu. Sentiu vontade de dar-lhe um rápido puxão, mas não teve coragem. Ainda não.

No dia seguinte na escola, Pedro imaginava o que fazer com sua linha mágica. A professora o repreendeu por não se concentrar nos deveres. “Se ao menos”, pensou ele, “já fosse à hora de ir pra casa!” tateou a bola prateada no bolso. Se desse apenas um pequeno puxão, logo o dia chegaria ao fim. Cuidadosamente, pegou a linha e puxou. De repente, a professora mandou que todos arrumassem suas coisas e fossem embora, organizadamente. Pedro ficou maravilhoso. Correu sem parar até chegar em casa. Como a vida seria fácil agora! Todos seus problemas haviam terminado. Dali em diante, passou a puxar a linha, só um pouco, todos os dias.

Entretanto, logo apercebeu-se que era tolice puxar a linha apenas um pouco todos os dias. Se desse um puxão mais forte, o período escolar estaria concluído de uma vez. Ora, poderia aprender uma profissão e casar-se com Lise. Naquela noite, deu um forte puxão na linha, e acordou na manhã seguinte como aprendiz de um carpinteiro da cidade. Pedro adorou sua nova vida, subindo em telhados e andaimes, erguendo e colocando a marteladas enormes vigas que ainda exalavam o perfume da floresta. Mas ás vezes, quando o dia do pagamento demorava a chegar, dava um pequeno puxão na linha e logo a semana terminava, já era a noite de sexta-feira e ele tinha dinheiro no bolso.

Lise também mudara-se para a cidade e morava com a tia, que lhe ensinava os afazeres do lar. Pedro começou a ficar impaciente acerca do dia em que se casariam. Era difícil viver tão perto e tão longe dela, ao mesmo tempo. Perguntou-lhe, então, quando poderiam se casar.

– No próximo ano – disse ela. – Eu já terei aprendido a ser uma boa esposa.

Pedro tocou com os dedos a bola prateada no bolso.

– Ora, o tempo vai passar bem rápido – disse, com muita certeza.

Naquela noite, não conseguiu dormir. Passou o tempo todo agitado, virando de um lado para outro na cama. Tirou a bola mágica que estava debaixo do travesseiro. Hesitou um instante; logo a impaciência o dominou, e ele puxou a linha dourada. Pela manhã, descobriu que o ano já havia passado e que Lise concordara afinal com o casamento. Pedro sentiu-se realmente feliz.

Mas antes que o casamento pudesse realizar-se, recebeu uma carta com aspecto de documento oficial. Abriu-a, trêmulo, e leu a noticia de que deveria apresentar-se ao quartel do exército na semana seguinte para servir por dois anos. Mostrou-a, desesperado, para Lise.

– Ora – disse ela –, não há o que temer, basta-nos esperar. Mas o tempo passará rápido, você vai ver. Há tanto o que preparar para nossa vida a dois!

Pedro sorriu com galhardia, mas sabia que dois anos durariam uma eternidade para passar.

Quando já se acostumara à vida no quartel, entretanto, começou a achar que não era tão ruim assim. Gostava de estar com os outros rapazes, e as tarefas não eram tão árduas a princípio. Lembrou-se da mulher aconselhando-o a usar a linha mágica com sabedoria e evitou usá-la por algum tempo. Mas logo tornou a sentir-se irrequieto. A vida no exército o entediava com tarefas de rotina e rígida disciplina. Começou a puxar a linha para acelerar o andamento da semana a fim de que chegasse logo o domingo, ou o dia da sua folga. E assim se passaram os dois anos, como se fosse um sonho.

Terminado o serviço militar, Pedro decidiu não mais puxar a linha, exceto por uma necessidade absoluta. Afinal, era a melhor época da sua vida, conforme todos lhe diziam. Não queria que acabasse tão rápido assim. Mas ele deu um ou dois pequenos puxões na linha, só para antecipar um pouco o dia do casamento. Tinha muita vontade de contar para Lise seu segredo; mas sabia que se contasse, morreria.

No dia do casamento, todos estavam felizes, inclusive Pedro. Ele mal podia esperar para mostrar-lhe a casa que construíra para ela. Durante a festa, lançou um rápido olhar para a mãe.  Percebeu, pela primeira vez, que o cabelo dela estava ficando grisalho. Envelhecera rapidamente. Pedro sentiu uma pontada de culpa por ter puxado a linha com tanta frequência. Dali e diante, seria muito mais parcimonioso com o seu uso, e só a puxaria se fosse estriamente necessário.

Alguns meses mais tarde, Lise anunciou que estava esperando um filho. Pedro ficou entusiasmadíssimo, e mal podia esperar. Quando o bebê nasceu, ele achou que não iria querer mais nada na vida. Mas sempre que o bebê adoecia ou passava uma noite em claro chorando, ele puxava a linha um pouquinho para que o bebê tornasse a ficar saudável e alegre.

Os tempos andavam difíceis. Os negócios iam mal e chegara ao poder um governo que matinha o povo sob forte arrocho e pesados impostos, e não tolerava oposição. Quem quer que fosse tido como agitador era preso sem julgamento, e um simples boato bastava par se condenar um homem. Pedro sempre fora conhecido por dizer o que pensava, e logo foi preso e jogado numa cadeia. Por sorte, trazia a bola mágica consigo e deu um forte puxão na linha. As paredes da prisão se dissolveram diante dos seus olhos e os inimigos foram arremessados à distância numa enorme explosão. Era a guerra que se insinuava, mas que logo acabou, como uma tempestade de verão, deixando o rastro de uma paz exaurida. Pedro viu-se de volta ao lar com a família. Mas era agora um homem de meia-idade.

Durante algum tempo, a vida correu sem percalços, e Pedro sentia-se relativamente satisfeito. Um dia, olhou para a bola mágica e surpreendeu-se ao ver que a linha passara da cor dourada para a prateada. Foi olhar-se no espelho. Seu cabelo começava a ficar grisalho e seu rosto apresentava rugas onde nem se podia imaginá-las. Sentiu um medo súbito e decidiu usar a linha com mais cuidado ainda do que antes. Lise dera-lhe outros filhos e ele parecia feliz como chefe da família que crescia. Seu modo imponente de ser fazia as pessoas pensarem que ele era algum tipo de déspota benevolente. Possuía um ar de autoridade como se estivesse nas mãos o destino de todos. Mantinha a bola mágica bem escondida, resguardada dos olhos curiosos dos filhos, sabendo que se alguém a descobrisse, seria fatal.

Cada vez tinha mais filhos, de modo que a casa foi ficando muito cheia de gente. Precisava ampliá-la, mas não contava com o dinheiro necessário para a obra. Tinha outras preocupações, também. A mãe estava ficando idosa e parecia mais cansada com o passar dos dias. Não adiantava puxar a linha da bola mágica, pois isto só acelaria a chegada da morte para ela. De repente, ela faleceu, e Pedro, parado diante do tumulo, pensou como a vida passara tão rápido, mesmo sem fazer uso da linha mágica.

Uma noite, deitado na cama, sem conseguir dormir, pensando nas suas preocupações, achou que a vida seria bem melhor se todos os filhos já estivessem crescidos e com carreiras encaminhadas. Deu um fortíssimo puxão na linha, e acordou no dia seguinte vendo que os filhos já não estavam mais em casa, pois tinham arranjado empregos em diferentes cantos do país, e que ele e a mulher estavam sós. Seu cabelo estava quase todo branco e do-iam-lhe as costas e as pernas quando subia uma escada ou os braços quando levantavam uma viga mais pesada. Lise também envelhecera, e estava quase sempre doente. Ele não aguentava vê-la sofrer, de tal forma que lançava mão da linha mágica cada vez mais frequentemente. Mas bastava ser resolvido um problema, e já outro surgia em seu lugar. Pensou que talvez a vida melhorasse se ele se aposentasse. Assim, não teria que continuar subindo nos edifícios em obras, sujeito a lufadas de vento, e poderia cuidar de Lise sempre que ela adoecesse. O problema era a falta de dinheiro suficiente para sobreviver. Pegou a bola mágica, então, e ficou olhando. Para seu espanto, viu que a linha não era mais prateada, mas cinza, e perdera o brilho. Decidiu ir para a floresta dar um passeio e pensar melhor em tudo aquilo.

Já fazia muito tempo que não ia àquela parte da floresta. Os pequenos arbustos haviam crescido, transformando-se em árvores frondosas, e foi difícil encontrar o caminho que costumava percorrer. Acabou chegando a um banco no meio de uma clareira. Sentou-se para descansar e caiu em sono leve. Foi despertado por uma voz que chamava-o pelo nome: “Pedro! Pedro!”

Abriu os olhos e viu a mulher que encontrara havia tantos anos e que lhe dera a bola prateada com a linha dourada mágica. Aparentava a mesma idade que tinha no dia em questão, exatamente igual. Ela sorriu para ele.

– E então, Pedro, sua vida foi boa? – perguntou.

– Não estou bem certo – disse ele. – Sua bola mágica é maravilhosa. Jamais tive que suportar qualquer sofrimento ou esperar por qualquer coisa em minha vida. Mas tudo foi tão rápido. Sinto como se não tivesse tido tempo de apreender tudo que se passou comigo; nem as coisas boas, nem as ruins. E agora falta tão pouco tempo! Não ouso mais puxar a linha, pois isto só anteciparia minha morte. Acho que seu presente não me trouxe sorte.

– Mas que falta de gratidão! – disse a mulher – Como você gostaria que as coisas fossem diferentes?

– Talvez se você tivesse me dado uma outra bola, que eu pudesse puxar a linha para fora e para dentro também. Talvez, então, eu pudesse reviver a coisas ruins.

A mulher riu-se. – Está pedindo muito! Você acha que Deus nos permite viver nossas vidas mais uma vez? Mas posso conceder-lhe um último desejo, seu tolo exigente.

– Qual? – perguntou ele.

– Escolha – disse ela. Pedro pensou bastante.

Depois de um bom tempo, disse: – Eu gostaria de tornar a viver minha vida, como se fosse a primeira vez, mas sem sua bola mágica. Assim poderei experimentar as coisas ruins da mesma forma que as boas sem encurtar sua duração, e pelo menos minha vida não passará tão rápido e não perderá o sentido como um devaneio.

– Assim seja – disse a mulher. – Devolva-me a bola.

Ela esticou a mão e Pedro entregou-lhe a bola prateada. Em seguida, ele se recostou e fechou os olhos, exausto.

Quando acordou, estava na cama. Sua jovem mãe se debruçava sobre ele, tentando acordá-lo carinhosamente.

– Acorde, Pedro. Não vá chegar atrasado na escola. Você estava dormindo como uma pedra!

Ele olhou para ela, surpreso e aliviado.

– Tive um sonho horrível, mãe. Sonhei que estava velho e doente e que minha vida passara como num piscar de olhos sem que eu sequer tivesse algo para contar. Nem ao menos algumas lembranças.

A mãe riu-se e fez que não com a cabeça.

– Isso nunca vai acontecer – disse ela. – As lembranças são algo que todos temos, mesmo quando velhos. Agora, ande logo, vá se vestir. A Lise está esperando por você, não deixe que se atrase por sua causa.

A caminho da escola em companhia da amiga, ele observou que estavam em pleno verão e que fazia uma linda manhã, uma daquelas em que era ótimo estar vivendo. Em poucos minutos, estariam encontrando os amigos e colegas, e mesmo a perspectiva de enfrentar algumas aulas não parecia tão ruim assim. Na verdade, ele mal podia esperar.

Regras e rotina


Brincadeiras