A IMPORTÂNCIA DE TRABALHAR INTERVENÇÕES MOTIVACIONAIS AOS
FUTUROS PSICOPEDAGOGOS
Daniela
Alonso Vieira
RESUMO: Esse artigo
tem como objetivo apresentar aos profissionais da psicopedagogia e futuros
profissionais a importância da motivação no trabalho psicopedagógico
direcionado a desenvolver a competência e habilidade dos futuros
psicopedagogos, que trazem consigo um desejo de aprender, motivar e intervir.
PALAVRAS-CHAVES: Intervenção, motivação,
psicopedagogos.
A palavra intervenção tem origem no
vocábulo latim interventĭo, intervenção é a ação e o efeito de intervir.
Dicionário da Língua Portuguesa. Na educação a intervenção é uma interferência
que o professor faz sobre o processo de desenvolvimento ou aprendizagem do aluno.
Na psicopedagogia entende-se que na intervenção o recurso adotado que interfere
no processo de aprendizagem com o objetivo de compreender como o sujeito
aprende. É preciso introduzir novos elementos para que o aprendente, pense,
elabore de uma forma diferenciada, quebrando padrões anteriores de
relacionamento com o mundo das pessoas e das ideias.
O sentido para a palavra intervenção
é:
Estar presente: não
indica necessariamente uma ação, o que leva a pensar em alguém disponível, que
aguarda uma solicitação. Estar presente parece indicar uma posição, alguém a
quem se pode recorrer e que está inteiro na situação. Assistir: indica ajuda,
cuidados, apoio, (SILVIA ANCONA-LOPEZ 1995:200).
Para Weiss (2000), a prática
psicopedagógica deve considerar o sujeito como um ser global, composto pelos
aspectos orgânico, cognitivo, afetivo, social e pedagógico. Alicia Fernández (2001) relata que
todo sujeito tem sua modalidade de aprendizagem e os seus meios para construir
o próprio conhecimento, e isso significa uma maneira muito pessoal para se dirigir
e construir o saber.
A aprendizagem subjetiva, isto é, o
conhecimento prévio do aluno, a crença na própria capacidade, a disponibilidade
e curiosidade, a valorização dos saberes que possui e o sentimento de
pertinência ao grupo inserido são alguns dos fatores que norteiam o mesmo
ensino, há sempre construção de diferentes aprendizagens, mediar nesse processo é criar mecanismo
que contribua para novos conhecimentos.
Etimologicamente, segundo Bzuneck
(2004b, p.9), a palavra motivação de tem sua origem no verbo latino movere,
cujo tempo supino motum e o substantivo motivum, determinam semanticamente a
palavra motivo. Portanto, a motivação pode ser definida como “[...] aquilo que
move uma pessoa ou que a põe em ação ou a faz mudar o curso”. Nessa direção, o
Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa define a motivação como “um conjunto de
processos que dão ao comportamento uma intensidade, uma direção determinada e
uma forma de desenvolvimento próprias da atividade individual” (HOUAISS;
VILLAR; FRANCO, 2004, p.1968). Segundo Bzuneck (2004), a motivação é entendida
como um conjunto de fatores ou como um processo que leva, instiga ou provoca
uma escolha, iniciando um comportamento que está direcionado a um objeto. .A motivação
é considerada um fator de extrema importância para o êxito na aprendizagem.
Podemos definir motivação como a força propulsora interior a cada pessoa que
estimula, dirige e mobiliza, ou seja, conduz o sujeito à ação com empenho e
entusiasmo.
A motivação como objeto de socialização,
não pode ser ensinada e nem treinada, mas cabe ao professor o papel de motivar
os seus alunos. Bzuneck (2004), O professor deve criar um ambiente motivador, desenvolver
em sala de aula situações de aprendizagem em que o aluno tenha papel ativo na
construção do conhecimento, usando adequadamente os recursos didáticos, a
avaliação formativa, as estratégias de ensino e o conteúdo, proporcionando
atividades desafiadoras.
Entretanto o professor é, por
excelência, o principal agente motivador. Precisa estar motivado, ter compromisso
pessoal com a educação, demonstrar dedicação, entusiasmo, amor e prazer no que
faz.
A motivação e criatividade, mais do
que um objetivo a ser alcançado passa a ser concebida como um recurso
necessário ao estudante de psicopedagogia, como ponto de partida, o docente poderá
contribuir com uma aula planejada de intervenções motivacionais, proporcionando
momentos para criar, indagar, participar e escutar, oferecendo ao aluno condições
necessárias para possíveis questionamentos, permitindo-lhe conscientizar-se do
seu potencial criativo. A construção de um ambiente de
aprendizagem estimulante está associado à motivação de quem aprende. Almeida (1993), também considera que a
aprendizagem ocorre no vínculo com outra pessoa, a que ensina, “aprender, pois,
é aprender com alguém”. Os aspectos pelos quais o docente deverá
investir em situações de aprendizagens, tanto emocional quanto cognitiva, criar
condições do aluno perceber a sua
própria necessidade de aprender e crescer; é preciso que se instale nele o desejo
de aprender (Weiss, 2003, p. 136).
CONCLUSÃO
O
trabalho do professor como articulador e promotor de ações que gerem mudanças,
mesmo que de início sejam acanhadas, mas que, minimizem os problemas relativos
à falta de motivação.
O futuro
psicopedagogo tem que se autorizar sair da acomodação e questionar os anseios e
as expectativas em relação à própria formação, ao seu trabalho, a sua vida.
O olhar
psicopedagógico está dirigido à individualidade do aprendente, bem como sua
atuação em grupo. Precisa-se preencher as lacunas da formação do
psicopedagogo, não por meio de receitas prontas, mas por meio de uma formação que vislumbre o aluno como sujeito
pensante e atuante.
Na sala
de aula o docente pode propor momentos do ouvir, do falar e do criar, fazendo as
intervenções motivacionais, regada do seu saber, da sua criatividade, da sua
perspicácia, para que tenha condições de adaptar o trabalho a que se propõe, de
acordo com as necessidades e possibilidades do contexto em que está atuando.
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